quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

(ANTONIO COSTTA)


AUTO-RETRATO

Tenho um metro e setenta e três centímetros
de altura
e noventa e quatro quilos de
literatura.

A maturidade encontrou-me de repente
quando eu cruzei a esquina
tocando a Lira dos Quarenta Anos.

Não nasci para o comércio.
Não sei comprar nem vender,
sei apenas fazer versos.

No meu primeiro livro:
"Um Juntador de Palavras",
ajuntei tantas palavras
que a poesia criou asas.

Não nego o meu amor
pela minha amada flor,
nem nego a minha fé
em Jesus de Nazaré.

Considero-me apenas
um cantador desentoado,
um repentista sem repente
e um sonetista desmetrificado.

Tenho um milhão de sonhos
guardados em meu coração
que desejo um dia concretizá-los.
Por isso considero-me
um homem milionário!...

E Já me acostumei
com minha careca...
Prefiro perder os cabelos
do que perder a dignidade!

Sei que minhas virtudes
superam meus defeitos;
embora olhe-se mais
para os defeitos
do que para as virtudes.

Tenho a cara séria
de delegado de polícia,
mas convive dentro de mim,
diariamente,
um menino traquino
e um poeta!

Antonio Costta

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