domingo, 1 de outubro de 2017

POESIA COMENTADA


            Este volume é uma coletânea de prefácios, apresentações, poemas, entrevistas e artigos, que alguns escritores do Brasil e do exterior escreveram acerca de minha produção poética, desde o lançamento de meu primeiro livro em 2003.
            Sei que muitas frases contidas nessas páginas são de um excesso de generosidade incrível! Mas entendo que se trata de palavras de amigos que, de alguma forma, tentaram incentivar-me a prosseguir nessa difícil caminhada literária. Mesmo eu sabendo que "lutar com palavras/ é a luta mais vã/ entretanto lutamos/ mal rompe a manhã." — como escreveu Carlos Drummond de Andrade.
            Se quando me elogiaram eles escreveram a verdade, não sei. Só sei de uma coisa — é que, como dizia José Lins do Rego, “com coração de amigo ninguém pode”.

            No entanto, escrevendo bem ou mal, o certo é que cheguei aonde não esperava. Escrevi livros, campus canções, conquistei amigos. Amigos dos quais me orgulho, pois eles são, para mim, a mais valiosa premiação que conquistei como “Juntador de Palavras”.



O livro impresso pode ser adquirido neste link: 


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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

SONETO - COMO POSSO ESQUECER A MINHA TERRA?



COMO POSSO ESQUECER A MINHA TERRA?

Como posso esquecer a minha terra
Que provoca, dentro em mim, tanto apego?
Meu torrão, meu lugar, meu aconchego...
Meu Pilar que tanta beleza encerra!

Como posso esquecer a minha terra
Que me provoca alegria quando chego,
Vendo o mundo rural de Lins do Rego
Que a rústica paisagem desenterra.

Como posso esquecer-me deste chão
Que revigora, em meu peito, o coração
E me faz decantá-lo, como meta...

Se for para esquecer, um só momento,
O torrão em que nasci — eu lamento —
Mas prefiro esquecer que sou poeta!

© Antonio Costta

quarta-feira, 28 de junho de 2017

VÍDEO COM RESUMO BIOGRÁFICO DE ANTONIO COSTTA


DEZ SONETOS DE ANTONIO COSTTA

A INGRATIDÃO DA HUMANIDADE

A ingratidão, meu Deus, esta pantera
Que habita o coração da humanidade,
Ignorando o amor e tua bondade,
Chamando-te até mesmo de quimera!

A ingratidão, meu Deus, no mundo impera.
Fazer o bem parece iniquidade!
O agradecimento é leviandade,
Sempre da parte de quem não se espera!...

É contumaz, meu Deus, homens ingratos,
Comer teu pão, depois cuspir nos pratos,
Ignorando o amor com que fizeste!...

E se lhes pede comida, um faminto,
Ignoram o pobre no recinto,
Negando repartir do que lhes deste!...


A FALSIDADE DESTE MUNDO

Neste mundo é tamanha a falsidade
Que a verdade, de repente, ocultou-se;
A mentira transformou-se em verdade
E a verdade, em mentira, transformou-se!

Porventura alguém sabe onde a verdade
Neste mundo hodierno extraviou-se?
Em que parte do planeta a bondade
Inda não, em maldade, adulterou-se?

Oh Senhor, nos livrai da falsidade!
Que opera neste mundo de maldade,
Da forma mais arguta e traiçoeira...

Pois no mundo a maldade não se espira:
A verdade transformou-se em mentira
E a mentira — em verdade verdadeira!


AMIGOS DE APARÊNCIA

Cuidado co’os amigos de aparência
Que cercam nossa vida, meu irmão.
Fazê-los confidentes — que imprudência!
Pois não contemplam Deus no coração.

Cuidado co’os amigos de aparência,
Fingindo-nos ter amor e união;
Planejando só o mal (com paciência)
Figurados de ovelha... de cristão!

É mister que tenhamos mais prudência,
De tudo o que falamos, na essência,
Pra não incendiarmos u’a floresta!...

Busquemos no Senhor mais sapiência
Pra fugir dos amigos de aparência
Que acreditamos bons, mas que não prestam!


FALSIDADE

Falsidade, fator de rima fácil
Facilmente encontrado todo dia;
Quer seja na nobreza, em modo grácil,
Ou nos servos da noite nua e fria.

Falsidade, palavra que associa
A calúnia, a mentira e a perdição.
Falsidade, o que Judas fez um dia,
Contra Cristo, ao tramar a traição!

É triste praticar a falsidade
Contra quem nos amou com lealdade
E nunca nos deixou sofrendo a esmo...

Ensinando pra toda humanidade
Que amassem uns aos outros de verdade,
Da maneira que amamos a nós mesmos!


NEM TUDO QUE RELUZ É OURO OU PRATA

Nem tudo nesta vida nos convém,
Paulo escreve deixando bem explícito:
“Tudo é bom, mas nem tudo nos é lícito”,
Provai tudo, mas só retende o bem!

Precisamos enxergar mais além,
Há espinhos nas flores do jardim;
O mundo se camufla para mim...
Porque nem todo abraço amor contém!

Preciso de Jesus na minha vida,
Pois o caminho é estreito e tem subida,
E não posso abandonar minha cruz...

Pois a vida a cada dia nos retrata:
Nem tudo que reluz é ouro ou prata...
E só existe uma esperança: é JESUS!


PÁSSARO FERIDO

Pássaro ferido na fria calçada
Como um condenado a viver ao chão,
Quem se importa com sua asa quebrada?
Seus sonhos alados na imensidão?...

Qual o motivo? Qual foi a razão
Dessa maldade contra um indefeso?
Inveja do voo?... Da sua emoção?...
-Pássaro ferido sentindo-se preso!

Oh dias vividos! Oh noites sonhadas!
Por que tanto ódio, pessoas malvadas?
As asas do sonho - por que quebrar?...

Às vezes me sinto, em horas marcadas,
Qual passarinho de asas quebradas...
Por tanto na vida viver a sonhar!


O HOMEM E O PÁSSARO NA MESMA GAIOLA

Coitado do homem da grande cidade,
Trancado em casa por trás do portão,
Qual passarinho sem ter liberdade,
Quase vivendo em igual condição!

Os dois na prisão cantando saudade,
O pássaro, o homem no mesmo refrão;
Um por causa da humana crueldade,
E o outro com medo do astuto ladrão!

Coitado do homem, nem se dá por conta
Que a liberdade ele mesmo afronta,
Mantendo o pássaro em uma prisão.

Na realidade ele está mais preso
Do que o passarinho que vive a esmo,
Sem compreender o motivo, a razão!


COMO POSSO ESQUECER-ME DA POBREZA?

Como posso esquecer-me da pobreza
Que campeia neste mundo desigual?
Consequência de injustiça social,
De governos que só olham pra riqueza!

Como posso esquecer-me da tristeza
Que assola parte da população?
Sem acesso a saúde, educação...
E emprego para por o pão na mesa!

Como posso concordar co’o sistema
Que fomenta a pobreza, como lema,
Para terem essa classe como presa?...

Presa fácil para as suas eleições,
Comprando a consciência de milhões
De pessoas vulneráveis na pobreza!


SOLIDARIEDADE

Há tanta gente carente pela rua,
Tanta gente mendigando o próprio pão;
Não viva só de glória a Deus e aleluia...
De que adianta a oração sem a ação?

Há tanta gente dormindo no sereno
Necessitando de agasalho e colchão;
Há tantos órfãos, também tantas viúvas...
Meu amado sinta a dor do teu irmão!

Glorifique do Senhor Seu santo nome,
Dê carinho e também pão a quem tem fome
Que terás a recompensa lá no fim.

Foi Jesus Cristo quem deixou este ensino:
Quem ajudar a um desses pequeninos
Na verdade está fazendo para mim!


ESTENDE AS TUAS MÃOS

Estende as tuas mãos aos necessitados,
Aos que passam por grandes provações;
Pois saiba que nos Céus são registrados
Todo bem que fizerdes - tuas ações...

Estende as tuas mãos aos desabrigados,
Aos que passam nas ruas suas aflições;
Aos que pedem um pão, desesperados,
E mendigam afeto aos corações!...

Atentai p'ra sua dor, para os seus gritos,
E estende as tuas mãos para os aflitos,
Que carecem de amor, felicidade...

Recolher as tuas mãos é grande risco,
Pois quem sabe o pedinte é Jesus Cristo,
Disfarçado, pra provar tua caridade!...

Antonio Costta